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quarta-feira, 30 de março de 2011

Ele chegou!

Os ventos, os galhos, os movimentos das folhas que caducam! As folhas velhas que caem sob forma de um sinal clássico, anunciam a chegada de uma estação forte e imponente. Pudera me referir apenas ao outono! Ele chegou!  O verão que se vai, me retrai. Sim, e é assim que o outono gosta! Até então, me mostrava fisicamente sob uma condição mais desprendida, entregue, leve, solta. Fecho-me. Lentamente me retraio. Quanta sintonia! As árvores me dizem a mandato da estação que eu também preciso me retrair. Refletir. Mudar! E como as próprias estações do ano, porque eu não me sintonizaria com tamanha naturalidade também?! Talvez, não naturalidade e, sim, necessidade. Que seja e, se for, que venha como os ventos, e que me sirva de impulso!
Entre o paradoxo do que representa o verão e o inverno, ele se encaixa sutilmente, para representar o equilíbrio. Os pássaros se acolhem nos galhos, se acomodam, se preparam. Voam. Uma confiança demonstrada pela própria natureza, na simplicidade de um ato que, muitas vezes, passa nitidamente despercebida às pupilas humanas. Uma pena. O outono, muitas vezes, nos passa despercebido. A sensibilidade anda em extinção. Então, use-a nessa estação. Aproveite a chegada dos dias mais curtos, e use a noite para se tornar mais sensível. Ou, preste atenção na sutileza de um pássaro ao pousar sob um galho. Ou o movimento que uma folha velha e caduca esboça ao se desprender de uma árvore. Veja só quanta coisa pode-se observar nesse outono. Por trás de uma cena simples, linda, natural e encantadora, eu posso repensar minha vida, meus atos, as minhas relações. As estações mudam. O ciclo se renova. Começa mais uma vez, incansavelmente, o outono.
Bem vindos, então! E que ele nos acrescente toda a sensibilidade de podermos perceber com mais intensidade as nuances de toda sua época. Que ele nos prepare fortemente para a chegada de uma introspecção ainda maior: o inverno. Ainda há tempo. Sempre há tempo. A vida, assim como as estações, assim como o outono, nos diz que sempre há tempo. Depende apenas de como você o tem para poder ir além.

Texto: Aline Gonçalves  

terça-feira, 8 de março de 2011

Ao dia Internacional da Mulher! Adentre-se!

Um dia de sensibilidade, um dia diferente, um dia internacionalmente comemorado!Sim, nosso dia, mulheres! Talvez um dia que represente todos os outros, mas, que foi colocado dentro de uma caixinha de vinte e quatro horas para esboçar toda nossa representatividade até os dias de hoje, notoriamente crescente. No entanto, devemos ultrapassar a barreira de um dia apenas festivo e comercialmente comemorado, repleto de rosas vermelhas para todas as mulheres, e pensar além. Pois bem, adentremo-nos ao sentido real de uma comemoração significativa e não apenas enfeitada.
 Sabe-se que a origem desse dia provém do contexto da Segunda Revolução Industrial e da Primeira Guerra Mundial, na virada do século XX, onde a mão de obra feminina incorporou-se nas indústrias, especialmente têxteis e, as mulheres, desde então, em massa, protestaram contra as péssimas condições de trabalho da época, consideradas insalubres e perigosas. Além disso, lutaram, inclusive, pelo direito do voto. A partir daí, em vários países, como os Estados Unidos e a Europa - o reconhecimento tomou lugar a um dia comemorativo, simbólico e análogo  às mulheres que começaram desde cedo a fazer história.  Em 1975, a ONU (Organização das Nações Unidas) declarou tal ano como o ano das mulheres e, em 1977 consolidou-se o Dia Internacional da Mulher, para evidenciar não só suas conquistas sociais e políticas, mas, para tornar clara uma indignação diante da descriminação e violência à quais muitas se submetem no mundo todo. Triste imaginar que, em dia comemorativo como o das mulheres, muitas sob o silêncio e o medo, ainda sofrem desse agravo doméstico praticado em proporções gritantes em todo lugar.
Um salto para os dias de hoje: um recorte esboçado por toda a conquista feminina alcançado é dado pelo resultado de um país governado por uma mulher, por exemplo. Quero evidenciar aqui, a sua importância em destaque e, muito além de questões políticas, esse marco histórico deve ser carregado de reconhecimento sim, pela referência que faz ao papel da mulher na atualidade.
Comemoremos nosso dia, mulheres! Comemoremo-nos! Mas...
...não deixe que uma rosa torne seu dia mais bonito apenas porque simboliza o seu dia, internacionalmente reconhecido. Inspire-se de sua missão, seja ela qual for, seja a idade que te marca o rosto, ou a cor que retrata suas origens, e os valores que a sua vida construiu até hoje. Para todas as mulheres, unicamente, por ser mulher: comemore seu dia com toda a força que te trouxe até aqui! Eleve-se, potencialize-se! Mas não deixe que uma rosa cegue seu dia. Permitam-me ousar?! Uma dica: use-a como inspiração do que você possa acrescentar para ser, cada vez mais, uma mulher que faz a diferença - enquanto sujeito da própria história -pelos caminhos que se permite passar. PARABÉNS, mulheres!
Texto: Aline Gonçalves